Música, Dança e Literatura marcam o 1º Festival de Artes Integradas
Palco de toda a festa foi o Centro de Cultura Negra do Amapá, no bairro Laguinho
Expressar aquilo que não é dito, aquilo é dito, aquilo é encenado, aquilo gritado. Artistas lançam um olhar caloroso sobre o espaço urbano e como é sentir Macapá e viver a capital morena. Assim foi a primeira edição do Festival de Artes Integradas. Mais de 30 artistas locais de diversos segmentos culturais se reuniram para comemorar o aniversário de 265 anos do município, na sexta-feira (3).
Grupos de dança, música, capoeira, marabaixo, circo se apresentam no grande momento de valorização da cultura local. O palco de toda essa festa foi o Centro de Cultura Negra do Amapá, no bairro Laguinho.
Organizada pela Prefeitura de Macapá, a festividade reuniu artistas credenciados que expressam a vivência tucuju com trabalhos que possuem estilos e técnicas variadas.
A moradora do bairro laguinho, Juliana Andrade, de 24 anos, conta que comemorar o aniversário da cidade no ponto de cultura pulsante do bairro, que é o Centro de Cultura Negra do Amapá, é muito gratificante. Ela aproveitou a noite de atrações culturais com o amigo Luís Otavio.
“A nossa cultura é algo único e plural. É uma honra ser moradora do laguinho, berço de tantas manifestações artísticas. Prestigiar a arte que fazemos aqui na nossa terra e ainda mais na UNA (Centro de Cultura Negra do Amapá), é muito lindo. Macapá faz 265 de historia e nossa missão é perpetuar essa tradição”, contou.
Moradora do bairro laguinho, Juliana Andrade I Foto: Lameira/PMM
Quanto a musica, uma noite foi pouco para tantas estrelas. O público curtiu de perto cada show e cada acorde. Teve de tudo. Samba, hip hop, pagode, marabaixo, rock e bregas marcantes.
Com mais de 8 anos tocando em bares da capital, a cantora Michele Maycoth encantou o público com sua voz, presença e repertorio musical.
“A nossa gente gosta de brega, gosta de melody, gosta de dançar. Essa é a música que fazemos aqui e cantamos com orgulho. Ser macapaense é isso, é viver Macapá”, declara.
Michele Maycoth encantou o público no primeiro festival de artes integradas I Foto: Lameira/PMM
Teve shows dos mais diversos segmentos. Aruana Capoeira, Samanda Nobre, Catherine Zuleima e Dom Beto, União dos devotos de Nossa senhora da Conceição, MC Branks, Michele Maycoth, Cadillac Blue, MC Will, Nana e Alex. A noite terminou com o pagode do Kinzinho e banda.
No segmento da literatura os escritores e poetas Epretiadu, Cláudia Almeida, Bruno Muniz, Roberta Picanço e Ana Aspash declamavam sua a arte nos intervalos das apresentações musicais. Na moda, mulheres negras participaram do desfile de moda afro.
A Fundação Municipal de Cultura (Fumcult) credenciou os artistas incluídos na festividade com o edital 007/2022 para as programações culturais da Prefeitura de Macapá em 2023.
Desfile de moda afro e apresentação da Banda Cadillac Blue | Foto: Lameira/PMM
Outro destaque da noite foi o Prêmio Potências Negras Femininas, que reconhece e evidencia as mulheres negras que atuam de forma positiva e transformadora na vida da população negra da capital. 25 mulheres foram prestigiadas.
A fotógrafa Joaquina Araújo recebeu a premiação. A artista é moradora do quilombo do curiaú e diz sentir seu trabalho valorizado ao receber a homenagem.
“Me sinto muito feliz em receber esse prêmio em um evento cultural tão rico que celebra nossas origens. Potência é cada pessoa negra. Uma energia potencial”, comenta.
A fotógrafa Joaquina Araújo recebeu o Prêmio Potências Negras Femininas I Foto: Lameira/PMM
A atividade contou também com a Feira Afroempreendedora e exposições de artes visuais de artistas de Macapá. Honorato, Miguel Arcanjo, Sávio Britto e Bruno Tattoo apresentaram os trabalhos produzidos inspirados na cidade.
Dois desses artistas são o artista plástico veterano Miguel Arcanjo e o tatuador Bruno.
Miguel Arcanjo segue o realismo, de estilo mais clássico, com recurso monocromático, traços e poucas cores. Utiliza betume em suas telas, técnica que adota como estilo. Enquanto Bruno Tattoo segue o segmento de pintura de artes conceituais para tatuagem.
Cada um entrou na profissão de forma diferente mas expressam o amor pela cidade de forma semelhante, pela arte.
Miguel Arcanjo e Bruno Tattoo I Foto: Lameira/PMM
“A ideia do Festival de Artes Integradas foi de mostrar o que temos de melhor na produção artística da cidade, em vários segmentos, e transformar tudo isso em mais um evento para a comunidade. É muito positivo ver que as pessoas vieram, curtiram e apreciaram as atrações desses artistas macapenses tão talentosos. Comemoramos juntos e integrados o aniversário da nossa querida Macapá”, afirma o diretor-presidente da Fumcullt, Olavo Almeida.
Confira mais fotos: Lameira/PMM
Por Maison Brito