Vigilância em Saúde alerta sobre prevenção e sinais da hanseníase no Centro de Macapá
Através das orientações, o autônomo José Marcolino percebeu sinais da doença e decidiu procurar tratamento.
Foi passando pelo Centro de Macapá na manhã da última terça-feira, 7, que o autônomo José Marcolino, 36, recebeu orientações das equipes da Superintendência em Saúde do Amapá (SVS) sobre prevenção, sintomas e tratamento da hanseníase. Com as informações em mãos, ele percebeu que as manchas na sua pele têm fortes características da doença e decidiu procurar auxílio médico.
“Há algum tempo surgiram manchas nas minhas costas e pernas e eu nem imaginava que poderia ser hanseníase. Daqui, já vou direto para a UBS buscar atendimento”, disse José Marcolino.
Dados da SVS mostram que, em 2019, o Amapá registrou 114 casos de hanseníase, no ano seguinte, os números caíram para 61. Em 2021, os registros continuaram apresentando queda, com apenas 38 casos da doença. Já em 2022, houve um leve aumento: 58 pessoas foram diagnosticadas com hanseníase, a maior parte dos casos em Macapá, Santana e Oiapoque.
A ação distribuiu cartazes, panfletos e garrafas de água na área da Praça da Bandeira. Para a superintendente da SVS, Margarete Gomes, a informação é a melhor estratégia quando se trata de reduzir os números da doença.
“Quanto antes descobrir, mais cedo vai se curar. o diagnóstico precoce beneficia tanto o paciente quanto a sua família, já que a enfermidade é contagiosa”, reforçou Margarete Gomes.
A responsável técnica da SVS, Rosângela Gurjão, afirma que é importante que as pessoas vençam o medo e procurem atendimento. E, mais ainda, é preciso que todo preconceito relacionado à doença seja eliminado.
“É uma doença infectocontagiosa que atinge qualquer pessoa de qualquer classe social”, reforçou a técnica.
Sobre a hanseníase
É uma doença contagiosa causada por um bacilo transmitido por via respiratória, através de gotículas eliminadas no ar pela tosse, fala ou espirro. Porém, com o início do tratamento, a transmissão é encerrada.
Os sinais e sintomas são manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas em qualquer parte do corpo; caroços avermelhados ou acastanhados; áreas da pele que não coçam e vão ficando dormentes, com diminuição ou ausência de dor, de sensibilidade ao calor, ao frio e ao toque.
Quando não tratada, a hanseníase tem alto potencial incapacitante relacionado à capacidade de penetração da bactéria na célula nervosa e seu poder imunogênico.
Onde procurar tratamento?
No Amapá, o Centro de Referência em Doenças Tropicais (CRDT) oferece tratamento da hanseníase e dispõe de um atendimento multiprofissional, com suporte médico, de enfermagem, assistência farmacêutica, fisioterapêutica, nutricional e psicológica.
O CRDT fica na Rua Prof. Tostes, nº 2212, Centro de Macapá. O horário de funcionamento é das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Para ter acesso ao tratamento, é necessário possuir encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), após avaliação clínica.
A ação fez parte da programação janeiro Roxo, mês dedicado à conscientização, prevenção e diagnóstico precoce da doença.
Por: Mônica Silva