Evento, que lotou o auditório da Capes, contou com a presença dos coordenadores de áreas e seus adjuntos (crédito da imagem: William Santos - CGCOM/Capes

De São Carlos para o Brasil: a contribuição do ICMC para a nova gestão da Capes

Dois professores do Instituto foram eleitos pela comunidade acadêmica para atuar em prol das áreas de pós-graduação em computação, matemática, probabilidade e estatística


Dois professores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, estão entre os 49 novos representantes da comunidade acadêmica que ficarão à frente das áreas de avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) pelos próximos quatro anos. Eles foram recepcionados pela presidente da Capes, Mercedes Bustamante, durante o Seminário de Acolhimento, que aconteceu na última semana, dias 8 e 9 de fevereiro, em Brasília.

O professor Adenilso da Silva Simão, vice-diretor do ICMC, é o novo coordenador adjunto de ciência da computação; já o professor José Alberto Cuminato responde pela coordenação adjunta dos programas profissionais de matemática, probabilidade e estatística. Cuminato também é diretor do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), um centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que é sediado no ICMC. Eles ficarão à frente das áreas de avaliação até 15 de março de 2026.

“Os coordenadores são responsáveis por algumas atividades relativas a todos os programas de pós-graduação do Brasil nas respectivas áreas. Entre as atividades, podemos citar a avaliação dos cursos ativos; a análise das propostas de novos cursos; e a preparação de um documento de área, que define os parâmetros para os próximos anos e, de certo modo, estabelece o futuro da pós-graduação”, explica Simão.

Para o vice-diretor do ICMC, ao assumir as coordenações, os professores contribuem para a construção desse futuro, assegurando que a expansão e a avaliação dos programas de pós-graduação brasileiros sejam realizadas de forma adequada e com qualidade. “A equipe de pesquisadores que cuidou da avaliação quadrienal passada precisou lidar com algumas situações inesperadas, mostrando o quanto é importante termos um grupo de coordenadores que consiga lidar com desafios e garantir a continuação do trabalho que vem sendo realizado pela Capes há tantos anos”, destacou o professor.

Simão assumiu o cargo que anteriormente era ocupado por José Carlos Maldonado, professor aposentado do ICMC. Já Cuminato foi reconduzido ao mesmo cargo que ocupava na gestão anterior.

Importância da avaliação – Traçar um retrato da pós-graduação brasileira, verificando seu desempenho e zelar pela qualidade dos programas, atribuindo notas de 1 a 7. Esses são os principais objetivos da avaliação da Capes, prevista para ocorrer a cada quatro anos. São levados em conta cinco quesitos: proposta do programa, corpo docente, corpo discente, produção intelectual e inserção social. Essa avaliação depende dos comitês das 49 áreas do conhecimento, que são compostos por pesquisadores, e resulta em notas (ou conceitos) que vão de 1 a 7.

Obter bons resultados nessa avaliação é fundamental para que os cursos se mantenham credenciados pela Capes, o que garante a validação dos diplomas emitidos. Aqueles que recebem notas 1 ou 2 são descredenciados. Para se manter em funcionamento, oferecendo apenas mestrado, um programa deve receber, no mínimo, a nota 3. Apenas os que têm notas acima de 4 podem oferecer doutorado. Já aqueles que atingem 6 e 7 são considerados de excelência.

“A nota 7 é atribuída apenas a programas que têm excelência internacional, ou seja, que são equivalentes aos oferecidos pelas melhores universidades do mundo”, ressalta Simão. Tanto o Programa de Pós-Graduação em Matemática quanto o Programa de Pós-Graduação em Ciências de Computação e Matemática Computacional do ICMC receberam nota 7 na última avaliação quadrienal realizada pela Capes.

Por meio da avaliação, a Capes contribui para que as metas educacionais da pós-graduação brasileira sejam atingidas, assegurando a qualidade da formação de mestres e doutores. A partir do diagnóstico obtido nessa análise, são sugeridas iniciativas para a evolução e a melhoria do cenário educacional.

Como tudo começou  Criada em 1951, a Capes assumiu o papel de agência avaliadora da pós-graduação a partir da década de 1970. Em 1976, implantou um sistema nacional de avaliação da pós-graduação voltado para os cursos de mestrado e doutorado, que foi sendo aprimorado pela comunidade acadêmica ao longo dos anos até chegar ao modelo atual.

No entanto, até a década de 1990, a avaliação ocorria de forma desvinculada e em paralelo ao credenciamento dos programas de pós-graduação junto ao Conselho Federal de Educação (CFE). Isso gerava distorções no sistema de pós-graduação nacional, pois muitos cursos mal avaliados pela Capes mantinham-se credenciados junto ao CFE. Com a extinção do Conselho, a Capes passou a ser responsável tanto pelo credenciamento quanto pela avaliação dos programas.

Texto: Denise Casatti – Assessoria de Comunicação do ICMC/USP

Com informações CGCOM/CAPES


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Professores Adenilso da Silva Simão e José Alberto Cuminato (crédito da imagem: divulgação ICMC/USP



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