LULA defende a exploração de petróleo na costa do Amapá
Debate aquece discussões sobre impacto econômico e ambiental enquanto autoridades divergem sobre a decisão de início da exploração e os potenciais benefícios
Um novo capítulo no dilema sobre a exploração de petróleo na costa do Amapá foi aberto esta semana com declarações do presidente Luís Inácio Lula da Silva em favor do projeto. A discussão ganhou destaque nas mídias nacionais e internacionais, trazendo à tona a posição da Petrobras e o debate entre autoridades governamentais.
Em maio de 2023, a Petrobras teve sua licença para explorar a região negada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), levantando em consideração preocupações ambientais. Contudo, a estatal recorreu da decisão, após 1 ano, buscando revisão para viabilizar o início das operações.
Enquanto o presidente Lula se posiciona a favor do projeto, alguns gestores governamentais pedem o adiamento do início das explorações. Um grupo liderado pela ministra do Meio Ambiente Marina Silva, prefere adiar decisões até depois da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), temendo repercussões negativas no cenário internacional, tendo em vista que uma das bandeira do presidente é o Meio Ambiente.
Por outro lado, os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Casa Civil, Rui Costa, argumentam que a exploração pode trazer benefícios econômicos consideráveis, com geração de empregos e desenvolvimento sustentável para o Amapá e o Brasil.
“Temos um debate técnico que tem que ser feito. O problema é que no Brasil tudo é polemizado. Olha, você tem petróleo num lugar, a Guiana está explorando, Suriname está explorando, Trinidad e Tobago explora. Você deixará o seu sem explorar? Precisamos é garantir que a questão ambiental seja levada 100% a sério”, argumentou Lula.
A região da Margem Equatorial, onde se concentra o potencial petrolífero, desperta interesse devido às descobertas recentes em áreas vizinhas como Guiana Francesa e Suriname. A Petrobras, com vasta experiência em águas profundas, planeja investir US$ 3,1 bilhões nos próximos cinco anos na região.
O debate sobre a exploração de petróleo no Amapá une figuras políticas adversas. O governador Clécio Luis destaca o potencial econômico do Estado, enquanto o prefeito de Macapá, Dr Furlan, vê na exploração uma oportunidade de redenção econômica. Empresários locais também preveem oportunidades de investimento, refletindo uma divisão de opiniões na população, onde 36,3% apoiam a exploração com ressalvas, 26% apoiam sem restrições, e 18,3% são contra.
Enquanto isso, a vizinha do Amapá, Guiana Francesa, já colhe os frutos da exploração, com previsão de crescimento do PIB impulsionado pelo setor petrolífero. O impacto econômico potencial para o Amapá, junto com os desafios ambientais e sociais, continua a ser o estopim do debate em curso. Vejamos as cenas dos próximos capítulos.
Por Marcio Bezerra/ com informações do Poder360 e da CBN