Trump 2025: o que esperar do polêmico retorno à Casa Branca?

Trump 2025: o que esperar do polêmico retorno à Casa Branca?



Eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump reassumiu o cargo no dia 20 de Janeiro em evento que atraiu milhares de apoiadores. O empresário, conhecido pela sua visão nem um pouco ortodoxa da política externa americana, agora irá chefiar o influente Estado americano até 2029, levantando a questão: o que será do mundo nos próximos 4 anos?

Trump já deu sinais dessa resposta ao declarar publicamente um interesse em anexar o Canadá, a Groenlândia e o Canal do Panamá e em alterar o nome do Golfo do México para “Golfo da América”. Tais movimentações envolvendo territórios no Continente Americano refletem dois elementos que são parte fundamental da política externa de Trump: o nacionalismo populista e um menor apreço à aliança transatlântica, refletido na sua vontade de anexar território de dois países-membro: o Canadá e a Dinamarca.

Este segundo é, talvez, um dos maiores diferenciais de Trump na política externa. Isso porque, confrontando o pensamento tradicional americano, o novo presidente tem uma visão mais crítica em relação à OTAN, argumentando que os demais países-membros não cumprem suas funções na organização como o investimento mínimo previsto do PIB para a defesa, por exemplo. Trump também acredita que a tradicional aliança transatlântica com raízes que remontam à primeira guerra mundial tem o efeito de ocupar as Forças Armadas americanas com assuntos que deveriam ser resolvidos pelos Estados europeus, e já criticou abertamente a organização em inúmeros episódios.

 

Impactos na OTAN e Europa

Trump tende a diminuir o apoio à OTAN, pressionando países europeus a militarizarem-se e resolverem conflitos regionais por conta própria. Isso pode enfraquecer a aliança, causando tensões diplomáticas e afetando a guerra entre Rússia e Ucrânia. Embora Trump prometa negociar um cessar-fogo, analistas apontam desafios como a disposição ucraniana para lutar, o isolamento russo e a pressão do Congresso americano por apoio contínuo a Kiev.

 

Relações com a Ásia e o Oriente Médio

A rivalidade entre EUA e China deve se intensificar, com Trump priorizando o enfrentamento ao gigante asiático em detrimento da Rússia. No Oriente Médio, o governo americano planeja endurecer as políticas contra o Irã e grupos terroristas, fortalecendo a parceria com Israel, que vê o republicano como aliado estratégico.

 

Comércio Internacional e Populismo Global

Trump também deve ampliar o protecionismo, desafiando o modelo neoliberal ao impor tarifas e intensificar a guerra comercial com a China, acelerando a fragmentação do comércio global. Paralelamente, sua liderança impulsiona movimentos populistas de direita, beneficiando figuras como Viktor Orbán, Benjamin Netanyahu e Javier Milei, além de partidos similares na Europa e nas Américas.

Apesar de incertezas no cenário internacional, a transição da política externa de Biden para o estilo não ortodoxo de Trump promete mudanças significativas. O retorno do republicano à Casa Branca sinaliza novos desafios e transformações para o mundo nos próximos anos.


Por Felipe Vasconcelos, já realizou mais de 60 cursos sobre temas como segurança internacional, terrorismo, guerra, entre outros. É criador do Observatório Atena, perfil que visa difundir conhecimento sobre geopolítica, história e economia para estudantes, além de já ter trabalhado na Coordenadoria Especial de Relações Internacionais e Cooperação da Prefeitura do Rio de Janeiro, lecionar cursos de Geopolítica para jovens e escrever sobre Política Internacional em diversos portais.




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