STF anula mandatos de sete deputados; quatro são do Amapá
Decisão altera a composição da Câmara dos Deputados e gera debate sobre segurança jurídica e distribuição das sobras eleitorais
O Supremo Tribunal Federal (STF) anulou nesta quinta-feira, 13, os mandatos de sete deputados federais eleitos em 2022, sendo que quatro deles representam o estado do Amapá. A decisão, tomada por maioria, acolheu os embargos de declaração apresentados pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e invalidou a legislação que estabelecia critérios restritivos para a distribuição das sobras eleitorais.
Como consequência, a nova configuração parlamentar terá impacto direto na composição da Câmara dos Deputados, afetando principalmente o Amapá, que verá quase metade de sua bancada ser substituída. Além do Estado, a decisão atingiu parlamentares do Distrito Federal, Rondônia e Tocantins.
Por que os mandatos foram anulados?
O STF considerou inconstitucional a regra que restringia o acesso às sobras eleitorais, favorecendo legendas maiores e prejudicando partidos menores ou candidatos com votações expressivas, mas insuficientes para atingir o quociente eleitoral. Com a mudança, a redistribuição de cadeiras levou à substituição dos deputados que haviam sido eleitos sob a norma agora invalidada.
Amapá perde quatro representantes na Câmara
O Amapá foi o estado mais impactado pela decisão, com quatro de seus deputados federais perdendo seus mandatos.
Deputados do Amapá que deixam seus cargos:
- Professora Goreth (PDT-AP)
- Silvia Waiãpi (PL-AP)
- Sonize Barbosa (PL-AP)
- Dr. Pupio (MDB-AP)
Novos deputados do Amapá que assumem:
- Professora Marcivânia (PCdoB-AP)
- Paulo Lemos (PSOL-AP)
- André Abdon (Progressistas-AP)
- Aline Gurgel (Republicanos-AP)
A mudança representa uma troca significativa na bancada do estado, alterando a correlação de forças e impactando a representatividade dos partidos na Câmara.
Outros estados afetados pela decisão
Além do Amapá, três outros estados também tiveram mudanças na bancada federal.
Deputados cassados em outros estados:
- Gilvan Máximo (Republicanos-DF)
- Lebrão (União Brasil-RO)
- Lázaro Botelho (Progressistas-TO)
Novos deputados que assumem:
- Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
- Rafael Bento (Podemos-RO)
- Tiago Dimas (Podemos-TO)
Repercussão e críticas à decisão do STF
A decisão gerou reações diversas no meio político. Parlamentares da oposição questionam a imparcialidade do STF, destacando que a anulação dos mandatos beneficiou alguns partidos e prejudicou outros, especialmente siglas de direita.
Por outro lado, defensores da mudança afirmam que a redistribuição das sobras eleitorais corrige uma distorção que privilegiava partidos maiores e desconsiderava a vontade do eleitor.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ainda não se pronunciou oficialmente sobre a substituição dos parlamentares, mas a expectativa é que os suplentes assumam os mandatos nos próximos dias.
Impacto na Câmara e o que esperar
Com a troca de parlamentares, algumas bancadas podem perder força, enquanto outras ganham novos representantes. A mudança pode influenciar votações importantes e alterar a dinâmica de alianças dentro do Congresso Nacional.
A decisão do STF também levanta um novo debate sobre os limites da atuação do Judiciário sobre o Legislativo e a segurança jurídica do processo eleitoral brasileiro.
? O que você acha dessa decisão? O STF acertou ao anular os mandatos ou isso compromete a estabilidade política? Deixe sua opinião nos comentários!