Espaço de acolhimento da Aldeias Infantis SOS em Porto Alegre Eneas Palmeira Machado / Aldeias Infantis SOS
Aldeias Infantis SOS divulga balanço de 30 dias de ação humanitária

Aldeias Infantis SOS divulga balanço de 30 dias de ação humanitária



No início de junho, a Aldeias Infantis SOS, organização global que lidera o maior movimento de cuidado do mundo, completou um mês de ação humanitária em Porto Alegre (RS). O período é contabilizado a partir do dia 4 de maio, data em que todas as crianças e famílias atendidas pela Organização na capital gaúcha foram transferidas para um local seguro diante do eminente risco de inundação. O perigo se concretizou no dia seguinte, quando as águas invadiram a localidade, inundando as 12 casas e causando grandes prejuízos onde a Aldeias Infantis SOS realiza suas atividades desde 1967, quando iniciou os atendimentos no Brasil.

Alex Thomazi, gestor responsável pela ação de emergência estabelecida pela Aldeias Infantis SOS, afirma que, apesar dos danos materiais, o saldo dos trabalhos humanitários é, até este momento, positivo. "Estamos na fase de respostas imediatas, para atender as necessidades emergenciais tanto das pessoas que estão sob os nossos cuidados, como também de algumas centenas de famílias, que já estão sendo beneficiadas pelas doações que estamos realizando", afirma.  

Nos primeiros 30 dias de ação, a Aldeias Infantis SOS iniciou uma grande campanha de mobilização social junto a empresas e a população em geral para a arrecadação de recursos a serem utilizados na compra itens de primeira necessidade, que são destinados a crianças, adolescentes, jovens e famílias sob os cuidados da Organização, além de beneficiarem outras famílias severamente atingidas pela enchente.

No programa de Porto Alegre, assim que as águas baixaram, após vinte dias com as estruturas submersas, foi iniciado o trabalho de limpeza e análise do que poderia ser aproveitado, mas pouca coisa resistiu. Praticamente todo o mobiliário, roupas e brinquedos das crianças, eletrodomésticos e equipamentos de informática do escritório da Organização se perderam e foram descartados.

Nos últimos dez dias, a equipe local iniciou um trabalho de higienização e três, de um total de 12 casas, já estão limpas. Uma delas está sendo utilizada para armazenar as doações e organizar a distribuição dos suprimentos, que já beneficiaram centenas de famílias. Ao todo, mais de seis toneladas de alimentos, produtos de higiene e limpeza, toalhas, colchões e cobertores foram entregues à população. Parte dessas doações contará ainda com o apoio logístico da Defesa Civil do Estado, permitindo que os itens cheguem às comunidades mais afastadas ou de difícil acesso.  

A parceria com o Governo do Estado deve ir além do apoio da Defesa Civil. No dia 5, Thomazi, acompanhado do diretor nacional da Aldeias Infantis SOS, Alberto Guimarães, e do responsável pelo Advocacy da Organização, Sérgio Marques, estiveram reunidos com o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Beto Fantimel, para discutir um projeto que será conduzido pela Organização. Além do titular da pasta, participaram do encontro Kenia Fontoura, diretora do Departamento de Atenção à Primeira Infância da Secretaria Estadual de Assistência Social, Larissa Caon e Rodolfo Malhão, pela Defensoria Pública, e Alex Vidal, representando a Coordenadoria da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça.

As iniciativas realizadas até então pela Aldeias Infantis SOS compreendem as ações classificadas como de resposta imediata e que atendem às necessidades pontuais das famílias atingidas e das crianças e adolescentes sob os cuidados da Aldeias Infantis SOS.

 

Segunda Onda

A partir de agora, a Aldeias Infantis SOS inicia o trabalho de segunda onda, uma ação humanitária que se refere ao atendimento de longo prazo dessa comunidade atingida e que inclui o fortalecimento e acompanhamento do dia a dia das famílias após o retorno para suas casas.

Por meio da equipe técnica composta por psicólogos, assistentes sociais, assistentes de desenvolvimento familiar e comunitário, a Organização dá suporte emocional, orientação social e cria espaços seguros para atendimento às famílias ainda em abrigos e também às que estão retornando às suas residências e iniciando o processo de reestruturação e reconstrução. “Serão duas grandes frentes de atuação, uma dedicada à emergência, ampliando nosso impacto em Porto Alegre e beneficiando centenas de famílias, e outra dedicada a garantir o cuidado e a proteção a quem já estava sob os nossos cuidados”, explica Thomazi.

“Somos uma Organização de segunda onda. Entendemos que o movimento de cuidado vai além de realização de ações imediatas. É necessário o acompanhamento dessas famílias a longo prazo, dar suporte prolongado a comunidade que precisa de apoio e orientação para um recomeço com dignidade e qualidade de vida”, resume Alberto Guimarães dos Santos, diretor nacional da Aldeias Infantis SOS.

 

Histórico

Nas primeiras horas do dia 4 de maio, a rotina de cuidado e proteção da Aldeias Infantis SOS em Porto Alegre foi interrompida pela necessidade de deslocamento imediato de todos os participantes sob os cuidados da Organização, que tiveram de ser transferidos para um local seguro. Ao todo, 32 crianças e adolescentes, além de três famílias formadas por seis adultos e outras 10 crianças, foram transferidas para outro local. A medida preventiva foi fundamental para garantir a segurança de todos. No dia seguinte, a água invadiu rapidamente a localidade e todas as casas ficaram submersas.

 

Sobre a Aldeias Infantis SOS

A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, de incidência local, que atua no cuidado e proteção de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A Organização lidera o maior movimento de cuidado do mundo e atua junto a meninos e meninas que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo, além de desenvolver ações humanitárias. 

Fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 56 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país. Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha. 

 

Por Jackson Viapiana




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