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Fundo de Desenvolvimento Agrícola da ONU e BNDES lançam edital para projeto inovador de resiliência climática no Nordeste brasileiro

Fundo de Desenvolvimento Agrícola da ONU e BNDES lançam edital para projeto inovador de resiliência climática no Nordeste brasileiro

Projeto Semeando Resiliência Climática no Nordeste beneficiará milhares de famílias e enfrentará os desafios das mudanças climáticas no Brasil


O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) das Nações Unidas (ONU) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançaram nessa terça-feira (18.07), na cidade de Brasília, o edital de um projeto inovador para impactar 250 mil famílias de baixa renda, moradoras de áreas rurais no Nordeste brasileiro, beneficiando cerca de 1 milhão de pessoas com iniciativas focadas na segurança alimentar e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas em curso. O projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste selecionará iniciativas de quatro Estados do Nordeste, alcance que poderá ser ampliado no futuro. Anunciado pelo presidente do FIDA, Álvaro Lario, o projeto aplicará recursos em parceria com o BNDES e o Green Climate Fund (GCF), fundo da ONU, e envolvendo o aporte de R$ 1 bilhão.

“Esse projeto é inédito e será referência para outras iniciativas da FIDA”, afirmou Lario, em breve pronunciamento na sede do Consórcio do Nordeste na capital federal. “O FIDA está muito satisfeito e honrado em ter o BNDES como seu novo e grande aliado para o desenvolvimento no semiárido nordestino, principalmente em valorizar e galvanizar a atenção internacional para o bioma caatinga, único e exclusivo do Brasil”, acrescentou. Segundo ele, a parceria inédita será referência para outras iniciativas ao redor do mundo.

Participaram do anúncio conjunto o presidente do BNDES, Aloísio Mercadante, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, representando o presidente do Consórcio Nordeste e governadores dos Estados da região. “Estamos nos preparando para as adversidades e mostrando que o BNDES sabe criar, sabe inovar, sabe fazer”, afirmou Mercadante.

O executivo destacou que um milhão de pessoas poderão melhorar suas práticas agrícolas com sustentabilidade, ter recursos hídricos para enfrentar as adversidades e aumentar a renda com atividades sustentáveis, como a agroecologia. “Isso é só o começo. Esse projeto é pioneiro e será um sucesso”, acrescentou. Mercadante frisou que esta é a primeira parceria do FIDA com um banco público e que o projeto construirá as bases para proteger a população mais pobre para conviver com as mudanças climáticas que estão em curso e vão se aprofundar ao longo dos próximos anos.

 

Melhoria na produção – O edital escolherá quatro propostas com foco na implementação de projetos de resiliência climática e de combate à fome, envolvendo apoio financeiro direto reembolsável e oneroso. Os projetos inscritos serão avaliados por quatro paradigmas: indicadores de pobreza; recursos hídricos – disponibilidade e qualidade da água; desnutrição e insegurança alimentar; e estresse hídrico – quais as regiões mais atingidas pela seca.

A expectativa é beneficiar agricultores familiares, especialmente mulheres e jovens, assim como populações de comunidades tradicionais e indígenas introduzindo mecanismos e o conhecimento necessário para aperfeiçoar e potencializar os processos de produção. Estimativas do FIDA indicam que 40% do público-alvo são mulheres e 50% jovens. “As mulheres têm papel chave na transformação e na superação da pobreza, principalmente na garantia da segurança alimentar e nutricional. Por isso, o projeto tem um enfoque importante de gênero”, destacou o presidente do FIDA.

Repassados pelos governos estaduais, os recursos também serão aplicados na recuperação de 84 mil hectares de áreas rurais degradadas; na construção de 21 mil cisternas para produção e implementação de 16 mil unidades de tratamento de água para reuso doméstico.

 

Reconhecimento – Com o projeto Semeando Resiliência Climática em Comunidades Rurais do Nordeste, o FIDA atua para mudar paradigmas e transformar o sistema produtivo dos produtores agrícolas da região. A expectativa é fomentar o aumento da produção e apoiá-los no enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas – sua execução resultará na redução de 11 milhões de toneladas de emissão de carbono. O presidente do FIDA enfatizou o fortalecimento do relacionamento da instituição com o Brasil e destacou que a instituição seguirá investindo no país.

A iniciativa do Fundo foi bem recebida e teve sua importância destacada pelos parceiros. “O FIDA pode ajudar a dar um salto nessa experiência para uma agricultura que, por um lado, produz alimentos saudáveis e, ao mesmo tempo, é regenerativa”, avaliou o ministro Paulo Teixeira. “O FIDA tem bom nome no Brasil, vinculado e associado a bons projetos e queremos cada vez mais ampliar os projetos”.

Governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra foi enfática ao apontar a importância da atuação do Fundo no Brasil. “O FIDA desempenha um papel como formulador e incentivador do combate à desigualdade no campo e os projetos têm resultados positivos”, disse, lembrando que tais parcerias tiveram início em 2015. Segundo ela, o novo edital abre perspectiva diferenciada para o combate à pobreza no campo.

 

Por Joyce Russi




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