Foto: Divulgação/CBM e Marcelle Corrêa/GEA
Governo do Amapá recepciona bombeiros que combateram os incêndios florestais no Parque Nacional do Cabo Orange

Governo do Amapá recepciona bombeiros que combateram os incêndios florestais no Parque Nacional do Cabo Orange

De acordo com a corporação, não há mais focos de queimadas na região, após oito dias de ação conjunta com agentes do ICMBio.


O Governo do Amapá recepcionou, nesta quarta-feira, 29, a equipe do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) que atuou na operação de combate aos incêndios florestais no Parque Nacional do Cabo Orange, em Oiapoque. Segundo a corporação, o retorno dos militares foi possível porque não há mais focos de incêndio na região.

Composta por 12 bombeiros, a equipe que integra a “Operação Amapá Verde”, atuou na área desde a primeira quinzena de novembro em apoio aos brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

A recepção dos militares aconteceu na Sala de Situação, no Palácio do Setentrião, em Macapá, pelo comandante do CBM, coronel Alexandre Veríssimo, que parabenizou e reconheceu o trabalho desenvolvido no parque nacional.

"Durante oito dias, os militares ficaram no parque, integralmente, todos os dias, realizando esse combate e obtiveram êxito. A preocupação era muito grande porque verificamos nas plataformas de monitoramento que quase um terço da reserva estava com focos de incêndios. Mas, nossos militares, com bastante rapidez conseguiram debelar todos os focos e hoje, podemos dizer que foram vitoriosos na missão", disse o comandante.O Cabo Orange, segundo Alexandre Verissimo, era algo novo para o Corpo de Bombeiros. Sendo a primeira vez que os militares atuaram na reserva. O ponto positivo, destacado pelo coronel, está no resultado dos trabalhos de combate ao incêndio florestal, que pela previsão inicial durariam pelo menos 15 dias, mas foi resolvido em 8, bem abaixo do programado.

"Devido a expertise desses combatentes, em certa ocasião, eles preferiram desembarcar numa área até mais difícil, logo na frente do fogo, e conseguiram obter bastante sucesso, enfrentando diretamente as chamas. São bravos guerreiros e a gente tem que reconhecer esse trabalho feito por eles", frisou o comandante.

 

Ajuda tecnológica

Ferramentas tecnológicas que conseguem realizar o monitoramento de dados da qualidade ambiental, georreferenciamento, diariamente e em tempo real, foram essenciais para o planejamento das ações na região do Parque Nacional do Cabo Orange. 

Dentre os aparatos tecnológicos estavam as emissões diárias de boletins com informações dos focos de calor e incêndios por meio de três plataformas: BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Painel do Fogo, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) e o observatório com satélites FIRMS, da Nasa. 

O segundo-tenente Josiney Almeida, comandante da "equipe Cabo Orange" explicou as dificuldades que foram superadas, graças às análises dos sistemas de monitoramento. 

"Esse suporte tecnológico foi um diferencial para a missão. O ambiente mudava muito, de manhã fazíamos uma análise e a tarde já mudava, devido a própria interferência do vento, da vegetação, e assim fomos nos adequando com a nova realidade que o local nos impunha, definindo nossas estratégias através do material fornecido pelos sistemas", explicou o oficial. 

 

Missão Cabo Orange

Além dos profissionais do CBM e brigadistas do ICMBio, a ação contou ainda com o apoio de um helicóptero da Força Aérea Brasileira (FAB), que levou as equipes até as áreas denominadas "frente de fogo", dentro do parque.

A Unidade de Conservação está localizada no litoral do Amapá, entre as cidades de Calçoene e Oiapoque, extremo Norte do estado, região fronteiriça do Brasil com a Guiana Francesa. O parque foi criado há mais de 40 anos pelo Governo Federal, com o objetivo de proteger ambientes marinhos e costeiros.Na área, segundo o ICMBio, predominam cinco tipos de vegetação: floresta de terra firme, floresta de várzea, campo inundável, mangue e cerrado.

O soldado Ted Castro do Carmo, que compôs a guarnição, contou um pouco da experiência, que ficará marcada na carreira.

"Foi uma experiência inovadora para toda a equipe. Nada se compara com a garra e determinação e o apoio que os companheiros davam um ao outro. Esse combate foi muito difícil, porém nós olhávamos para o companheiro ao lado e víamos a dedicação de cada um, isso fazia com que tivéssemos força diariamente para que, conseguíssemos ter êxito e cumprir nossa missão, a proteção do bioma", enfatizou o soldado.

 

Frentes de combates

O Corpo de Bombeiros integrou ainda, as ações de combate ao incêndio que atingem a Reserva Biológica do Lago Piratuba, no extremo leste do estado. O trabalho de enfrentamento foi coordenado pelo ICMBio, que é o órgão responsável pela gestão da reserva sob a administração do Governo Federal.

Nesta região, de acordo com o Corpo de Bombeiros ainda há alguns focos de incêndio, porém o trabalho nesta nova fase está sendo feito apenas pelo ICMBio, pois não houve outras solicitações de apoio da corporação.

A Reserva do Piratuba possui cerca de 400 mil hectares distribuídos entre os municípios de Amapá e Tartarugalzinho, ambos em situação de emergência devido à estiagem que ainda atinge o estado.

A análise do local indicou que, por ser subterrâneo, o incêndio de turfa, que acontece na reserva, é um dos mais complexos tipos de incêndios florestais a serem combatidos. 

 

Reforço federal

Na última sexta-feira, 24, após pedido do governador Clécio Luís, o Ministério da Justiça garantiu apoio da Força Nacional no combate a queimadas no Amapá. Estão previstos cerca de 50 profissionais, que chegarão ao estado nos próximos dias.

Também foram garantidos diversos equipamentos de combate a incêndio. O reforço acontece principalmente para o enfrentamento de incêndios em áreas florestais e rurais, no combate direto ao fogo, resfriamento, rescaldo e na construção de linhas frias. 

Combate às queimadas

Assim, como outros estados da Amazônia, o Amapá sofre com os efeitos severos da seca e das queimadas. Para enfrentar o cenário, ainda no mês de agosto, o Governo do Estado lançou a Operação Amapá Verde, que até o dia 21 de novembro registrou 2.315 focos de incêndios florestais, tendo 737 ações de combate.

Outra ação foi a criação do Comitê de Mudanças Climáticas para monitorar os focos de incêndio e definir novas estratégias de enfrentamento.

 

 

Por: Marcelle Corrêa


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