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MP-AP dá posse à nova diretoria da UNA para o biênio 2024-2026

MP-AP dá posse à nova diretoria da UNA para o biênio 2024-2026



A coordenadora-geral da União dos Negros do Amapá (UNA), Maria Cristina do Rosário Almeida, e demais dirigentes da entidade foram empossados nesta quarta-feira (6), em solenidade no auditório do Complexo Cidadão Centro, o MP-AP da FAB. A cerimônia foi marcada por representatividade e manifestação cultural ancestral ao som dos tambores do Marabaixo para celebrar um marco histórico da entidade: a diplomação de membros eleitos em um processo que cumpriu todo o rito legal. Resultado da parceria e condução do Ministério Público do Amapá (MP-AP), sob a coordenação do programa MP Comunitário, junto à Comissão Eleitoral formada por representantes de segmentos sociais negros e especialistas. 

Há 20 anos a entidade não realizava eleição. O último pleito ocorreu em 2003, por isso a cerimonia desta quarta-feira representou, para a população negra amapaense, esperança de um momento diferente. Prestigiaram o evento lideranças de movimentos e de comunidades, autoridades do estado e do município de Macapá, quilombolas, moradores do bairro do Laguinho (onde fica o Centro de Cultura Negra), familiares e amigos dos empossados. 

Imediatamente após a abertura, com participação da banda da Guarda Civil Municipal Sidney Sabóia, e da apresentação do Hino do Amapá entoado pelos marabaxeiros Lorrany Camilly e Marcelo Coimbra, Cristina Almeida foi diplomada e a mesa de honra foi formada com participação dela, como presidente da UNA; procuradora de Justiça Clara Banha, representando o procurador-geral Paulo Celso Ramos; a promotora e chefe de gabinete da PGJ Christie Girão; secretário municipal do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Improir), padre Paulo Roberto Matias, representando o prefeito Dr. Antonio Furlan; diretora-presidente da Fundação Estadual de Políticas Públicas para Igualdade Racial, Josilana Santos, representando o governador Clécio Luís Vilhena; coordenadora executiva do Fonsanpotma no Amapá, Mãe Carmem de Oya; Paulo José Ramos, o primeiro presidente da UNA; participando de forma on-line, a presidente da Comissão Eleitoral da UNA, professora doutora Piedade Lino Videira. A solenidade foi conduzida pelo gerente do MP Comunitário, José Villas Boas. 

Junto à Cristina Almeida, foram diplomados e empossados  Fátima Mariza dos Santos, coordenadora administrativa e financeira; Maria Elísia Carmo (Elísia Congó), coordenadora cultural e José Aluízio da Silva Souza (Armstrong), coordenador social. No Conselho Disciplinar foram empossados: Raimunda Lina Ramos, Laura Cristina da Silva (Laura do marabaixo), João Nascimento Borges Filho, Raimundo Nonato Nunes da Soledade e Doralice Nascimento de Souza. 

Em sua fala, a procuradora Clara Banha fez um rápido resgate de como iniciou a parceria do MP-AP no processo eleitoral da UNA. “No dia 6 de julho de 2023, quando fizemos uma reunião aqui no MP, confesso que fiquei muito apreensiva quando me disseram que a última eleição ocorreu em 2003, mais de 20 anos, fiquei preocupada. Aí o Villas me disse: ‘doutora, vai ser difícil, mas a gente vai conseguir’. O Villas Boas é o gerente do programa MP Comunitário, que tem como objetivo essa interligação entre o MP-AP e a comunidade. Há alguns anos temos recebido solicitação de fazer, coordenar eleições de bairros. De fato, não foi fácil, mas foi uma honra termos participado desse processo. Parabéns a todos”.

A chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, promotora Christie Girão, parabenizou a nova composição da UNA. “Agradeço a oportunidade de vivenciar essa festa linda. Parabenizo a Comissão Eleitoral, na pessoa da doutora Piedade, e o Villas Boas, que conduziu o processo. Para além de fortalecer a cultura negra no Amapá, nós precisamos colocar a comunidade negra nos espaços de poder. Me sinto muito feliz de acompanhar a posse de uma mulher, e dizer que a gente não pode se conformar em sermos número. Contem com o Ministério Público”.

Convidado especial, Paulo José Ramos, o primeiro presidente da UNA, refletiu sobre o sentimento coletivo de mudança. “A Cristina vai precisar muito da gente. O símbolo da UNA, as mãos entrelaçadas, fui eu que desenhei. A gente precisa dar as mãos. Seria bom que a gente expressasse a vontade para que a UNA não seja tão somente a União dos Negros do Amapá no papel, no discurso. Precisamos abrir o debate, ter coragem de ocupar os nossos espaços e isso começa agora”. 

Cristina Almeida discursou com entusiasmo e falou sobre projetos para a entidade. “A UNA é para toda a população afrodescendente do Amapá, e é de nossa responsabilidade essa gestão, combater todas as formas de racismo e cobrar políticas públicas voltadas à população negra. Nossa cultura é importante, mas nosso maior desafio é dar dignidade, estudo, dar condições para que nossos pretos e pretas possam sentar na cadeira de uma universidade, e a missão da UNA é fortalecer nosso povo e construir uma sociedade antirracista, resgatando a nossa ancestralidade, preservando a nossa cultura, sendo um elo de acolhimento e transformação”, pontuou. 

 

MP-AP no processo eleitoral

O acompanhamento do MP-AP iniciou em novembro de 2023, quando a primeira reunião foi realizada entre lideranças, a procuradora de Justiça Clara Banha e o Juiz Marconi Pimenta, do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). Em dezembro aconteceu a Assembleia Geral, quando o Regimento Eleitoral foi ajustado e aprovado, de acordo com as sugestões apresentadas pelos presentes. Ficou em conformidade que o estatuto original da entidade seria respeitado e que teriam direito a voto somente os associados que fizessem o recadastramento. 

A Comissão Eleitoral foi formada durante a Assembleia Geral. Encabeçada pela professora Doutora Piedade Videira e composta por mais 5 membros e 1 suplente, foi responsável pela condução de todo o processo eleitoral, iniciando pelo recadastramento. Do total de 536 associados até o ano de 2003, 83 se recadastraram e estavam aptos a votar e serem votados. A eleição aconteceria dia 3 de março, porém, com apenas uma chapa apta a concorrer, será feita a aclamação.

 

Sobre a UNA

Fundada em 1986, a UNA tem origem na necessidade de organização dos povos negros amapaenses, com o objetivo de conscientizar sobre o reconhecimento de sua identidade, valorizar a cultura, a história, servir de instrumento de luta organizada e descobrir novas lideranças. O último presidente eleito foi José Aluízio de Souza, em 2003 e, desde então, não foi mais realizada eleição, por uma série de situações apresentadas por sócios e lideranças. A entidade é responsável por administrar o Centro de Cultura Negra Raimunda Ramos (CCNA) e realizar a programação do Mês da Consciência Negra – Encontro dos Tambores. 

 

Por Rita Torrinha - Gerente de Comunicação


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