Risco de surto de pólio preocupa especialistas; prevenção é possível com vacinação
Coordenadora do curso de Enfermagem da Anhanguera explica de que forma acontece a transmissão do vírus
O caso de poliomielite identificado nos Estados Unidos e a queda na taxa de vacinação no Brasil reacenderam uma preocupação que havia sido sanada no início dos anos 1990, quando a doença foi considerada oficialmente eliminada no País. A meta anual de imunização deve contemplar 95% das crianças brasileiras, porém, essa porcentagem ficou em 76,05% em 2020 e 67,71% em 2021, segundo o DataSUS. A tendência é que continue havendo diminuição nesse índice.
A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, professora Anne Oliveira, explica que a transmissão acontece por meio de um vírus presente em água e alimentos contaminados por fezes e pode atingir pessoas de todas as idades. “A Poliomielite é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus Poliovírus. Essa doença pode afetar tanto adultos quanto crianças, mas como a maioria dos casos graves ocorrem na infância, ficou conhecida como paralisia infantil”, pontua.
Alguns indivíduos não ficam doentes ou apresentam sintomas, mesmo contaminados pelo poliovírus, que se aloja no intestino. Os grupos que desenvolvem a doença podem confundir os sinais do problema com os de uma gripe, como febre e dor de garganta, além de enjoos, vômitos e dores abdominais. Casos graves podem provocar sequelas permanentes, como paralisia muscular dos membros inferiores, insuficiência respiratória e, até mesmo, a morte.
PREVENÇÃO
A ação de enfermeiros qualificados é voltada para a prevenção da poliomielite, que é possível por meio da vacinação. As doses acontecem a partir dos 2 meses de vida do bebê e são reforçadas até os 5 anos de idade, com aplicações em via oral e injetável. “A vacinação é a única forma de prevenir a ação da Poliomielite. Mas, quando há baixa aderência da população às campanhas vacinais, o risco de novos surtos da doença aumenta. É o caso do sarampo, que reapareceu no território brasileiro depois da doença já ter sido erradicada”, informa a docente da Anhanguera.
A doença não tem tratamento específico, portanto, é importante criar hábitos de higiene pessoal e contar com boas condições de habitação e saneamento básico. A vacina faz parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde e é aplicada de forma rotineira nos postos da rede municipal.