Pesquisadores e bolsistas da Embrapa recebem Prêmio de Ciência e Tecnologia do Amapá
Os pesquisadores da Embrapa Amapá, agrônomo Ricardo Adaime (à esquerda) e o engenheiro florestal Marcelino Guedes, conquistaram o primeiro e segundo lugar, respectivamente, na categoria Pesquisador Destaque do II Prêmio Amapá de Ciência, Tecnologia e Inovação - Láurea Robério Nobre 2022. O evento de premiação reuniu pesquisadores, professores, empreendedores.
Pesquisadores e bolsistas da Embrapa recebem Prêmio de Ciência e Tecnologia do Amapá
Os pesquisadores da Embrapa Amapá, o agrônomo Ricardo Adaime da Silva e o engenheiro florestal Marcelino Carneiro Guedes, conquistaram o primeiro e segundo lugar, respectivamente, categoria Pesquisador Destaque / Ciências da Vida, do II Prêmio Amapá de Ciência, Tecnologia e Inovação - Láurea Robério Nobre 2022.
O evento de premiação reuniu pesquisadores, professores, empreendedores, comunicadores e acadêmicos bolsistas finalistas de todas as categorias, no último dia 21/10, durante o encerramento da programação local da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, na Escola de Música Walkyria Lima, em Macapá (AP).
Os bolsistas Kamila Andriane de Souza Viana e Paulo Cardoso da Silva, vinculados à Embrapa Amapá, também foram premiados na categoria Iniciação Científica-Ensino Superior, no segundo e terceiro lugar, respectivamente. Este Prêmio foi idealizado pela Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia (Setec) e organizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap).
Ricardo Adaime - referência em moscas-das-frutas
Ricardo Adaime é gaúcho e atua na Embrapa Amapá há 20 anos. Possui graduação em Engenharia Agronômica, mestrado em Fitotecnia e doutorado em Agronomia. Durante o estágio Pós-Doutoral no Instituto de Ecología, A.C., no México, sob orientação do cientista Dr. Martín Aluja, realizou um estudo inovador sobre o efeito dos ductos de resina na infestação e desenvolvimento de estágios imaturos de moscas-das-frutas em cultivares de manga.
Acumula experiência nos estudos da bioecologia das moscas-das-frutas, insetos que estão entre as principais pragas da fruticultura mundial. Sua produção científica está focada na bioecologia das espécies de moscas-das-frutas no estado do Amapá, e contribui para ampliar o conhecimento científico sobre esse grupo biológico na Amazônia brasileira, em especial nos estados de Pará, Roraima, Acre, Rondônia e Mato Grosso.
O pesquisador já coordenou 11 projetos de pesquisa sobre moscas-das-frutas, com destaque para a “Rede Amazônica de Pesquisa Sobre Moscas-das-frutas’, que mudou o panorama do conhecimento sobre esse grupo biológico no Brasil, acumulando informações inéditas sobre registros de moscas-das-frutas, suas plantas hospedeiras e parasitóides associados; e o internacional (‘Integrated Management of Invasive Fruit Fly Species in Mangoes in Uganda’. Adaime também profere palestras, ministra cursos e alimenta bases de dados para consulta online, integrando o corpo editorial da revista Entomology Beginners, dedicada a trabalhos realizados por estudantes.
Já recebeu prêmios e distinções, dentre os quais destacam-se ‘Premiação por Excelência - Destaque Individual da Embrapa’ (Embrapa, 2010), ‘Prêmio Professor Samuel Benchimol - 1º Lugar na Categoria Ambiental’ (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior/Banco da Amazônia, 2011) e ‘Homenagem com a descrição da espécie de parasitoide Doryctobracon adaimei Marinho & Penteado-Dias, 2017’.
Ricardo Adaime atua na formação de recursos humanos em nível de graduação, mestrado e doutorado, atualmente é Professor Permanente do Programa de Pós-graduação em Biodiversidade e Biotecnologia - Rede Bionorte, onde leciona a disciplina Redação Científica.
Marcelino Guedes – dedicado ao uso sustentável da floresta amazônica
O mineiro Marcelino Guedes é Engenheiro Florestal, mestre em Ciências Florestais e doutor em Recursos Florestais, e faz parte do quadro da Embrapa Amapá há 20 anos. Aprovado em primeiro lugar no concurso da Embrapa de 2002, escolheu o Amapá dentre as Unidades da empresa na região Norte para fixar local de trabalho e residência. Na época cursava o doutorado e foi liberado para concluí-lo, fato que ocorreu em março de 2005, quando veio em definitivo para o Amapá realizar o sonho de contribuir para a conservação da floresta amazônica por meio de seu uso sustentável.
O pesquisador lidera projetos e desenvolve tecnologias aplicadas aos recursos florestais, como manejo do pau-mulato, manejo de açaizais e castanha na roça, assim como na área ambiental, por exemplo no desenvolvimento da fossa séptica biodigestora adaptada às várzeas amazônicas (FSB). Um dos projetos de destaque é o manejo integrado e comunitário de recursos naturais do estuário do rio Amazonas, desenvolvido com financiamento da FINEP e parceria da Associação dos Trabalhadores Agroextrativistas da Ilha das Cinzas – ATAIC.
Ainda nesse ecossistema, liderou o projeto “Ecologia e manejo florestal para uso múltiplo da floresta de várzea do estuário amazônico”, com recursos da Embrapa e da CAPES, que apoiou o projeto com quatro bolsas de mestrado, duas de doutorado e duas de pós doc. Na floresta de terra firme, lidera projetos desenvolvidos sobre a castanha-da-amazônia, principalmente na Reserva Extrativista do Rio Cajari (sul do Amapá), onde atua desde 2005, com financiamento do CNPq, CAPES, Petrobrás Ambiental, FAPEAP e Embrapa. Seu foco de pesquisa atualmente está nas oleaginosas pracaxi e andiroba, da floresta de várzea, com projetos aprovados junto ao IDESAMSUFRAMA e FunBio AP, e no estudo da ecologia e do manejo da castanheira-da-amazônia.
Marcelino Guedes fez parte da equipe que elaborou a proposta de criação do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBio), formada por integrantes da CI-Brasil, Embrapa, Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas e Universidade Federal do Amapá), sendo até hoje o único com curso de doutorado sediado e exclusivo do Amapá. Guedes é orientador e pesquisador credenciado permanente deste Programa e também no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais sediado na Universidade Federal do Amapá.
Dulcivânia Freitas (DRT-PB 1.063/96)