Primeiro procedimento cirúrgico de laringotraqueoplastia pediátrica é realizado no Amapá
O procedimento inédito, antes só era possível através Tratamento Fora de Domicílio (TFD).
O Governo do Amapá avança mais uma vez na modernização e reestruturação da saúde pública, com a realização de procedimentos cirúrgicos, que antes só eram feitos em pacientes do estado através do Tratamento Fora de Domicílio (TFD). Dessa vez, a cirurgia inédita foi uma laringotraqueostomia, realizada no Hospital da Criança e Adolescente (HCA), em Macapá.
O procedimento, indicado para facilitar a entrada de ar nos pulmões ou para fornecer oxigênio, ajudando a manter a respiração e as vias pulmonares abertas, foi realizada no pequeno Arthur Costa Maia, de 3 anos, que desde o seu primeiro ano de vida faz uso de traqueostomia em função de uma estenose, que é o estreitamento da traqueia que causa problemas respiratórios graves. A estenose quase sempre é causada por um período longo de intubação orotraqueal e ventilação mecânica, que foi o que aconteceu com Arthur, após ficar internado por um longo período no HCA. Segundo o cirurgião torácico, especialista em vias aéreas, Fábio Oliveira, o procedimento é complexo e o acompanhamento pós-operatório pode durar até dois anos.
“A principal causa dessas estenoses é intubação orotraqueal. E como nos últimos anos tem aumentado muito o número de crianças intubadas devido às síndromes respiratórias, tem aumentado muito a incidência dessas doenças. São cirurgias extremamente complexas de fazer, com um acompanhamento da criança por, no mínimo, dois anos ou mais até a conclusão do processo cicatricial. Então a cirurgia é o marco inicial para crianças que precisam sair da traqueostomia ", detalhou o médico. O profissional também explicou que além de ser complexo, o procedimento necessita de uma equipe especializada. A equipe contou com 10 profissionais do HCA mais dois médicos vieram do estado do Pará, para auxiliar no processo.
“A cirurgia envolve não só uma equipe grande, mas uma equipe que tem que ser treinada para isso, porque não é muito simples. Então poucas equipes no país inteiro têm esse manejo. E nesse momento agora, como a gente já tem uma equipe aqui, residente no estado, a gente consegue dar um acompanhamento melhor. Então essas cirurgias começaram a ser feitas agora, felizmente” explicou o médico. A mãe do pequeno Arthur, dona de casa Josiane Costa Maia, disse que esperou muito por esse momento, ela sonha em ver o filho levando uma vida normal sem a traqueostomia.
“É angustiante para uma mãe ver seu filho nessa situação, mas eu tinha muita esperança que ele realizasse o procedimento aqui mesmo, sem precisar sair do estado. Desde que ele colocou a traqueo nossa vida mudou, a gente precisa monitorar 24 horas, fazer a aspiração e tomar vários cuidados. Agradeço muito a todos os profissionais por todo o empenho e carinho com a saúde do meu filho”, falou emocionada.
Por: Jamile Moreira